15/09/2010

Agarrar a câmara com os olhos

No tempo em que as salas de cinema eram palácios, a face de um actor, ampliada num ecrã gigantesco, dominava centenas de pessoas ao mesmo tempo, nos quatro cantos do mundo. Ainda hoje isso acontece, mas os ecrãs diminuíram, o que não impede o olhar de continuar a ser o catalizador da relação do actor com o público. Pode-se fazer cinema das mais variadas maneiras, mas para mim, certamente para muitos, o cinema sem o olhar de um actor não é a mesma coisa.

Aqui, uma cena de "Oito Mulheres" de François Ozon. A grande Isabelle Huppert desmancha por momentos a sua personagem rígida e severa e imprime-lhe uma humanidade avassaladora. A partir dos dois minutos, é a magia.




João Loff

3 comentários:

Filomena Nunes disse...

Olá linda! :-))

Pego na frase do texto acima "o cinema sem o olhar de um actor não é a mesma coisa", e atrevo-me a perguntar-te o que pensas do celebérrimo filme "Branca de Neve" do ainda mais celebérrimo João César Monteiro.. sublinho que não o vi. Apenas sei das críticas e também da celebérrima entrevisto do realizador...

Desafio??

Beijinhos amiga

A Matriz-Actor 1.0 disse...

Querida Filomena! Sempre atenta ;)

Pois, quanto a essa tua questão respondo que, isso não é cinema. Cinema é imagem em movimento. A isso chama-se roubar descaradamente os contribuíntes portugueses e gozar com a cara deles.

Aliás, o dito senhor, deu uma entrevista, onde, questionado com o que teria feito ao dinheiro que não usou aínda mandou toda a gente F****-se com as letras todas, na televisão nacional, para quem o quis ouvir.

Isso não é cinema, é falta de respeito.

Poderás deixar também o desafio ao João Loff, que foi quem fez a postagem e está ligado ao cinema ;)

Vai passando, perguntando, indangando, provocando. São pessoas como tu que vão alimentando também esta nossa vontade de esclarecer, educar, formar, criar novos pontos de vista e tomadas de consciência.

Um grande bem hajas!

Bji grande

João Loff disse...

http://www.youtube.com/watch?v=S9Ot_fnU6xk

Se a atitude desta pessoa não tivesse significado milhares de contos em dinheiro público, talvez tivesse piada. Mas num país que subsidiou - escrevo no passado porque finalmente a torneira se fecha (não há dinheiro!) - repetidamente a doença que lhe mata em contínuo o pouco cinema que faz, este episódio é simplesmente deprimente. Pagassem-lhe os filmes, não me pedissem para os pagar!

E fico por aqui, que ter de dissertar sobre isto me incomoda.

;)

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